IA Generativa e Educação Brasileira
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Introdução
A Inteligência Artificial Generativa (IAG) tem emergido como uma força disruptiva, redefinindo paradigmas em diversos setores, e a educação superior não é exceção. Sua capacidade de criar conteúdo original – textos, imagens, códigos, entre outros – levanta tanto entusiasmo quanto apreensão, provocando mais inquietações do que certezas sobre seus limites éticos e impactos pedagógicos. No cenário global, a IAG já está desafiando as instituições de ensino, com modelos como o ChatGPT automatizando a produção de texto e gerando debates cruciais sobre seus efeitos nos resultados de aprendizagem.
No cenário nacional, o Brasil demonstra um notável engajamento com a Inteligência Artificial (IA). O país figura entre os 20 maiores produtores de pesquisa em IA, com um total de 6.304 publicações científicas registradas entre 2019 e 2023. Uma parte significativa dessas pesquisas, cerca de 4.600 publicações, foi financiada por órgãos de fomento como a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Essa produção coloca o Brasil na 13ª posição mundial em volume de artigos científicos, com 458.370 textos publicados no período analisado. Além disso, observa-se um aumento na colaboração entre pesquisadores brasileiros e estrangeiros, com o total de publicações conjuntas subindo de 28% para 38% entre 2014 e 2023. Esse panorama indica uma base sólida de pesquisa e um interesse crescente na área, reforçando a relevância de se aprofundar nos impactos da IAG no contexto educacional brasileiro.
Este relatório visa conduzir uma pesquisa aprofundada sobre os impactos da Inteligência Artificial Generativa no setor educacional brasileiro, com foco nos principais desafios e oportunidades para sua implementação ética e eficaz em ambientes de ensino superior. Adicionalmente, o documento explora como a IAG pode contribuir para a democratização do acesso ao conhecimento. Para tanto, o documento está estruturado em seções que abordam os desafios inerentes à IAG, as oportunidades que ela oferece, casos de estudo relevantes no Brasil, as implicações éticas de sua adoção, e, por fim, recomendações e próximos passos para uma integração responsável e benéfica.
Desafios
A integração da Inteligência Artificial Generativa no ensino superior brasileiro, embora promissora, enfrenta uma série de obstáculos complexos que exigem atenção e estratégias multifacetadas.
Infraestrutura Tecnológica e Conectividade
Apesar do avanço na pesquisa em IA, o Brasil lida com um desafio persistente e fundamental: a infraestrutura tecnológica inadequada. A democratização do acesso às tecnologias, especialmente para populações vulneráveis, permanece um gargalo significativo. Seiji Isotani, por exemplo, destaca que o grande desafio é democratizar o acesso às tecnologias, propondo o conceito de “IA desplugada”, que permite aplicar os benefícios da IA mesmo em regiões sem internet ou infraestrutura adequada. Esta abordagem, embora intrigante, sublinha a profundidade do desafio infraestrutural. A democratização da IAG no Brasil não pode ser uma mera replicação de modelos de países desenvolvidos, mas exige soluções inventivas e localizadas que transcendam a dependência de conectividade de alta velocidade. A ausência de saneamento básico e as deficiências no transporte e logística, que impactam diretamente a qualidade de vida e a competitividade econômica, são exemplos de problemas estruturais que se somam à complexidade da implementação da IAG em larga escala, pois um ambiente digital robusto depende de um desenvolvimento infraestrutural mais amplo.
Letramento Digital e Capacitação
Um dos principais obstáculos identificados para o avanço da IAG é o letramento digital, que abrange conhecimento, compreensão e análise crítica sobre a tecnologia. A qualificação e formação de talentos são centrais para o desenvolvimento da IAG, e o sistema de educação brasileiro precisa estar preparado para responder a essas demandas. Uma pesquisa do Google para Startups Brasil aponta que 59% das startups consideram a educação e conscientização sobre IAG essenciais para o desenvolvimento da tecnologia. Além disso, 43% consideram o desenvolvimento de
soft skills essencial para desenvolvedores, 37% apontam a evolução no ensino básico para desenvolver raciocínio lógico como fundamental, e 38% destacam a evolução no ensino superior como crucial para a preparação dos profissionais do setor.
A falta de letramento digital adequado pode levar à “ilusão de competência” , onde alunos reproduzem conteúdo gerado por IA sem um aprendizado real, apenas copiando e colando respostas. Isso transforma o desafio de letramento de uma questão de “saber usar a ferramenta” para “saber pensar criticamente sobre o que a ferramenta produz e como ela funciona”, exigindo uma redefinição do papel do professor como curador e guia, não apenas transmissor de conteúdo. O uso indiscriminado de ferramentas de IAG pode comprometer a aquisição de habilidades essenciais , especialmente quando os prompts dos usuários levam ao fenômeno de “regurgitação”, onde o conteúdo gerado pela IA é uma reconfiguração de dados de sua base, sem originalidade ou compreensão profunda.
Fuga de Talentos (Brain Drain)
A digitalização global diminuiu as barreiras para talentos brasileiros trabalharem em qualquer lugar do mundo, resultando em uma maior fuga de profissionais qualificados para empresas de tecnologia em outros países. Essa migração de talentos não é apenas uma perda de capital humano valioso; ela representa uma erosão do potencial de inovação
local e da capacidade de desenvolver soluções de IAG que sejam culturalmente e contextualmente relevantes para o Brasil. Isso pode criar um ciclo vicioso, onde a escassez de talentos dificulta o avanço da IA no país, tornando-o mais dependente de soluções externas. Essa dependência, por sua vez, pode agravar a exclusão digital e a falta de letramento, pois as ferramentas globais podem não estar alinhadas com as nuances culturais, estruturas éticas ou realidades de infraestrutura brasileiras, minando os próprios objetivos de uma integração de IA equitativa e eficaz.
Adaptação de Metodologias de Ensino e Avaliação
A chegada da IA à educação exige uma nova forma de gerir as instituições e a concepção de modelos de ensino e aprendizagem capazes de extrair o melhor da tecnologia. A questão de como aplicar metodologias ativas usando IAG e se o estudante ainda consegue ser o protagonista de seu processo de aprendizado nesse contexto é central. Professores têm procurado novas formas de avaliar trabalhos de alunos, tentando contornar os riscos de uso indevido de IA, especialmente o plágio. A IAG força uma reavaliação radical dos métodos tradicionais de avaliação e da própria natureza do “saber” na era digital. Se a IA pode gerar respostas, o foco da avaliação deve migrar da memorização e reprodução para a capacidade de
interagir criticamente com a IA, formular perguntas inteligentes, analisar e sintetizar informações complexas, e aplicar o conhecimento em cenários reais. Isso exige que as instituições de ensino superior se tornem laboratórios de experimentação pedagógica, onde a avaliação se concentra na habilidade do aluno em trazer respostas não previstas, demonstrando pensamento crítico e criatividade.
Oportunidades
A Inteligência Artificial Generativa oferece um leque de oportunidades para transformar o ensino superior brasileiro, potencializando a qualidade, a acessibilidade e a relevância da educação.
Personalização e Eficiência da Aprendizagem
A IAG possui potencial para transformar de forma significativa a educação, fornecendo oportunidades para aumento da personalização, eficiência e qualidade da aprendizagem. Ferramentas de IA podem auxiliar estudantes em diversas tarefas, como na escrita de trabalhos e artigos, criação de resumos e paráfrases, criação de mapas de conceitos, seleção de exercícios ou sistematização de debates, correção gramatical, traduções e até mesmo geração de vídeos sintéticos com professores abordando oralmente conteúdo a ser lido. Docentes podem utilizar a IAG para elaborar exercícios e estudos de caso adaptados ao nível dos estudantes, tornando o ensino mais dinâmico e acessível. A personalização do ensino via IAG não é apenas sobre adaptar o conteúdo, mas sobre criar um “tutor inteligente” que compreende as lacunas de aprendizado individuais e oferece suporte contínuo, especialmente para alunos com dificuldades de aprendizagem. Isso pode levar a um modelo educacional mais equitativo, onde o ritmo e o estilo de aprendizado de cada aluno são respeitados, otimizando o potencial de cada um e contribuindo para uma aprendizagem mais significativa e contextualizada.
Democratização do Acesso ao Conhecimento
A IAG pode promover uma educação mais inclusiva e acessível. Uma pesquisa da Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior (Abmes), em parceria com a Educa Insights, revelou que sete a cada dez estudantes universitários utilizam frequentemente ferramentas de IA na rotina de estudos, e 80% conhecem as principais ferramentas, como ChatGPT e Gemini. Entre os benefícios da IA citados pelos participantes, destacam-se a possibilidade de aprender a qualquer momento em qualquer lugar (53%) e o acesso a informações e conteúdos mais atualizados e diversificados (50%). A democratização do acesso ao conhecimento via IAG vai além da mera disponibilidade de conteúdo; ela reside na capacidade da IA de
adaptar e traduzir informações complexas para diferentes níveis de compreensão e idiomas, superando barreiras geográficas e socioeconômicas. A CAPES, através do Edital nº 3/2025, InovaEDUCAÇÃO, busca incentivar o uso público, gratuito e irrestrito de recursos ou de soluções em inteligência artificial voltados para a educação, visando melhorar a qualidade da educação brasileira. Essa iniciativa é um reconhecimento explícito do papel da IA como bem público, um passo crucial para mitigar a exclusão digital e garantir que a tecnologia beneficie a todos.
Capacitação Docente e Inovação Pedagógica
A formação docente com o uso da IAG é crucial para potencializar e personalizar o ensino, verificando pontos que devem ser melhorados na aprendizagem. Professores precisam estar preparados para integrar essas tecnologias em suas práticas pedagógicas de maneira ética e estratégica, garantindo que a tecnologia complemente o ensino sem substituir o pensamento crítico e a autonomia intelectual. Iniciativas como o Edital InovaEDUCAÇÃO da CAPES, que selecionará projetos sobre IA e educação , e o curso “IA Generativa na Educação (IAGE)” lançado pelo Ministério da Educação (MEC) em parceria com a Universidade de Brasília (UnB), uma formação gratuita e autoinstrucional voltada para docentes , são passos importantes para capacitar educadores. A capacitação docente para IAG não é um mero treinamento técnico, mas uma oportunidade para os professores se tornarem
arquitetos de experiências de aprendizagem aumentadas pela IA. Isso lhes permite focar em habilidades de ordem superior, como pensamento crítico, criatividade e mentoria, delegando tarefas mais rotineiras à IA. Por exemplo, o uso da IAG para escrever códigos permite que os alunos se preocupem com problemas mais complexos. A inovação pedagógica, nesse sentido, não é sobre substituir o professor, mas empoderá-lo, transformando-o em um facilitador de aprendizagem mais profunda.
Pesquisa e Desenvolvimento Local
O Brasil já é um polo de pesquisa em IA, ocupando a 13ª posição mundial em produção de artigos científicos. Há um otimismo do brasileiro com relação à IA, com criadores de conteúdo vendo o potencial que essas ferramentas podem trazer para a economia criativa, dando vida a grandes ideias e fornecendo conteúdo de alta qualidade. O surgimento de um novo aplicativo brasileiro de IAG, desenvolvido exclusivamente em português, que promete revolucionar o mercado nacional de tecnologia, demonstra o potencial de protagonismo do país no setor. O investimento em P&D local e o desenvolvimento de soluções de IAG em português são cruciais para garantir que a tecnologia seja culturalmente relevante e linguisticamente acessível, evitando a “colonização algorítmica” por modelos estrangeiros. Isso não só impulsiona a economia criativa e o desenvolvimento de habilidades digitais, mas também assegura que os vieses algorítmicos sejam minimizados para o contexto brasileiro, fortalecendo a soberania digital na educação.
Casos de Estudo (Brasil)
O cenário brasileiro já apresenta diversas iniciativas e projetos que ilustram a aplicação da Inteligência Artificial Generativa no ensino superior, tanto em termos de governança quanto de uso prático.
Iniciativas de Governança e Guias de Boas Práticas
A Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (FDUSP), em cooperação com a Associação Lawgorithm de Pesquisa em Inteligência Artificial, lançou um relatório abrangente sobre procedimentos de governança para o uso ético de IAG para fins acadêmicos e educacionais, com foco no ensino superior. O documento enfatiza a importância da transparência e do letramento no uso de IAGs por discentes e docentes, alinhado às melhores práticas internacionais. Essa iniciativa demonstra uma preocupação proativa em estabelecer diretrizes claras para a comunidade acadêmica.
De forma complementar, o Núcleo de Inteligência de Dados (NID), vinculado ao Laboratório de Convergência de Mídias (LABCOM) da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), lançou guias focados no uso estratégico da IAG para auxiliar organizações e universidades. Um desses guias aborda especificamente o uso da IA na internacionalização de instituições de ensino superior, oferecendo uma abordagem prática para a incorporação da IAG em diversas áreas, como comunicação, marketing e educação. A proliferação de guias e relatórios de governança por instituições brasileiras de ponta demonstra uma maturidade crescente e uma abordagem proativa na gestão dos riscos da IAG, antes mesmo de uma regulamentação completa. Isso sugere que as universidades estão se posicionando como líderes na construção de um ecossistema de IA responsável, não apenas como usuárias passivas, mas como agentes ativos na definição de boas práticas.
Testes e Usos em Ambientes Acadêmicos
No Brasil, a Link School of Business, uma faculdade de negócios com ênfase em empreendedorismo, tem se destacado ao incentivar o uso da IA, incluindo o ChatGPT, em seus vestibulares e provas. O objetivo não é permitir a cópia, mas avaliar a capacidade analítica dos candidatos em utilizar essas ferramentas de forma eficaz, para construir argumentos e soluções inovadoras, demonstrando pensamento crítico e criatividade. Essa abordagem reflete uma disposição das instituições brasileiras em
reimaginar o processo educacional fundamental. Ao invés de proibir o uso da tecnologia, elas estão explorando como a IA pode ser uma ferramenta para desenvolver habilidades de pensamento crítico e criatividade, sinalizando uma transição de uma educação focada na “resposta certa” para uma focada na “pergunta certa” e na “construção de conhecimento”.
Outras universidades brasileiras também estão formulando recomendações para o uso de IA e professores têm procurado novas formas de avaliar trabalhos para contornar os riscos de uso indevido. Um exemplo prático é o uso do ChatGPT como assistente em sala de aula para ensinar conceitos de programação, utilizando a linguagem Python. Essa aplicação permitiu que os alunos pudessem se preocupar com problemas mais complexos, pois a IA escrevia os códigos básicos, liberando tempo para o foco em desafios de ordem superior.
No Paraná, a plataforma “Aprendiz Inteligente”, que utiliza IA generativa para criar questões para estudantes, começa a ser implementada nas escolas do estado. Embora este seja um caso na educação básica, ele indica uma tendência crescente de adoção de plataformas customizadas que podem ser adaptadas e expandidas para o ensino superior.
Iniciativas de Fomento e Pesquisa
A CAPES demonstra seu compromisso com a inovação ao anunciar o Edital nº 3/2025, InovaEDUCAÇÃO, que selecionará até 30 projetos sobre IA e educação. O objetivo é fomentar soluções tecnológicas inovadoras em diversas áreas, como plataformas de aprendizado, sistemas de tutoria inteligente, assistentes virtuais, sistemas de avaliação automatizada, análise de desempenho e aprendizado, games e simulações interativas, ferramentas de acessibilidade, realidade aumentada e virtual, e retenção de discentes.
O Brasil já se destaca como o 13º no ranking mundial de produção de artigos científicos em IA , o que, combinado com o financiamento público para projetos de IAG na educação pela CAPES, cria um ecossistema propício para o desenvolvimento de soluções localizadas e adaptadas às necessidades do país. Esse fomento é crucial para evitar a dependência de tecnologias estrangeiras e para garantir que a inovação em IAG beneficie a educação brasileira de forma autônoma e sustentável.
Tabela 1: Exemplos de Ferramentas e Iniciativas de IAG no Ensino Superior Brasileiro
Nome da Ferramenta/Iniciativa | Instituição/Órgão | Tipo de IAG | Aplicação/Foco | Status | Referência |
Aprendiz Inteligente | Celepar/Paraná | Generativa (cria questões) | Educação básica (tendência de adoção) | Em implementação | |
Guias NID | UFMA | Generativa | Automação de processos organizacionais, internacionalização de IES | Disponíveis para download | |
Uso do ChatGPT em Vestibulares e Provas | Link School of Business | Conversacional/Generativa | Avaliação de capacidade analítica e criativa, construção de argumentos | Incentivado/Em uso | |
Uso do ChatGPT em Sala de Aula (Programação) | Universidades brasileiras (ex: Azevedo) | Conversacional/Generativa | Ensino de programação, foco em problemas complexos | Em teste/uso | |
Edital InovaEDUCAÇÃO | CAPES | Diversas soluções de IA | Plataformas de aprendizado, tutoria inteligente, avaliação automatizada, acessibilidade, etc. | Seleção de projetos (Edital 2025) | |
Curso “IA Generativa na Educação (IAGE)” | MEC/UnB | Generativa | Formação de docentes da educação básica | Gratuito, autoinstrucional, com certificação | |
Relatório de Governança de IAG | FDUSP / Lawgorithm | Generativa | Guias e diretrizes para uso ético e acadêmico | Publicado/Disponível |
Implicações Éticas
A ascensão da Inteligência Artificial Generativa no ensino superior traz consigo uma série de complexas implicações éticas que exigem uma abordagem cuidadosa e proativa para garantir um desenvolvimento e uso responsáveis.
Plágio e Integridade Acadêmica
O uso indiscriminado de ferramentas de IA Generativa pode comprometer a aquisição de habilidades essenciais para os alunos e, consequentemente, a integridade acadêmica. O relatório da Faculdade de Direito da USP alerta especificamente para a possibilidade de plágio, destacando o fenômeno da “regurgitação”. A “regurgitação” ocorre quando o prompt do usuário especifica um conteúdo que provavelmente foi utilizado na base de dados da IA, levando a resultados que, embora pareçam originais, são apenas uma reconfiguração de informações existentes. A questão do plágio com IAG transcende a mera cópia e exige uma redefinição do que constitui “autoria” e “originalidade” no ambiente acadêmico. Isso aponta para um desafio mais sutil, onde a IA pode gerar conteúdo que parece original, mas é apenas uma reconfiguração de dados de treinamento, exigindo que as instituições desenvolvam novas estratégias pedagógicas e ferramentas de detecção que vão além dos plagiadores tradicionais. Instituições de ensino superior estão formulando recomendações e buscando novas formas de avaliar trabalhos para contornar os riscos de uso indevido, como visto nas discussões sobre o ChatGPT.
Privacidade de Dados
A importância de utilizar a IA com ética, evitando a invasão de dados pessoais, é um ponto crucial. O Projeto de Lei nº 2338/2023 (PL 2338/2023), que regulamenta a IA no Brasil, estabelece a privacidade, a proteção de dados e a autodeterminação informativa como fundamentos para o desenvolvimento e uso de sistemas de inteligência artificial. Mais especificamente, sistemas de IA de alto risco, categoria na qual se incluem os utilizados na educação e formação profissional (como determinação de acesso a instituições ou avaliação de estudantes), devem adotar medidas de gestão de dados para mitigar e prevenir vieses discriminatórios. A proteção da privacidade de dados no contexto da IAG educacional é um desafio complexo, pois a personalização do aprendizado muitas vezes depende da coleta e análise de dados sensíveis dos alunos. A legislação brasileira, ao classificar a IA educacional como “alto risco” e exigir rigorosas medidas de governança e auditoria, demonstra uma preocupação em equilibrar a inovação com a salvaguarda dos direitos individuais, transformando a privacidade de uma preocupação secundária em um pilar central da implementação da IAG.
Viés Algorítmico e Discriminação
Os vieses algorítmicos podem influenciar os sistemas de aprendizagem e tecnologias educacionais, levando a distorções em decisões importantes relacionadas a admissões e avaliações de desempenho de alunos. O PL 2338/2023 é explícito ao vedar a discriminação e exigir a correção de vieses discriminatórios, sejam eles diretos, indiretos, ilegais ou abusivos. Além disso, sistemas de IA destinados a grupos vulneráveis, como crianças, adolescentes, idosos e pessoas com deficiência, devem ser desenvolvidos de modo que essas pessoas consigam entender seu funcionamento e seus direitos. O combate ao viés algorítmico na educação exige não apenas a detecção técnica, mas uma
abordagem multidisciplinar que inclua a diversidade na equipe de desenvolvimento da IA, a revisão crítica dos conjuntos de dados de treinamento e a supervisão humana contínua. Sem essa abordagem abrangente, a IAG corre o risco de perpetuar e amplificar desigualdades sociais e educacionais existentes, minando o objetivo de democratização do conhecimento.
Dependência Excessiva e Fragilização da Relação Humana
A pesquisa da Abmes/Educa Insights aponta a falta de interação humana (52%) e a dependência excessiva em tecnologias que podem falhar ou ficar obsoletas rapidamente (49%) como desafios significativos na utilização da IA na educação. Especialistas também debatem a questão emocional, que pode ser expressa pela dependência do aluno da IAG ou pela fragilização da relação humana que decorre do aprendizado com os professores. A IAG, ao mesmo tempo em que oferece personalização, pode inadvertidamente criar uma “bolha algorítmica” de aprendizado, isolando o aluno da interação social e da construção coletiva do conhecimento, elementos cruciais para o desenvolvimento de habilidades socioemocionais e pensamento crítico. O desafio ético aqui é garantir que a IA sirva como um
catalisador para interações humanas mais ricas e significativas, e não como um substituto para elas, preservando o papel insubstituível do professor como mentor e facilitador de relações interpessoais no processo educacional.
Tabela 2: Princípios e Requisitos Éticos da IAG na Educação (Baseado no PL 2338/2023 e Recomendações)
Princípio/Requisito | Descrição Detalhada | Implicação para o Ensino Superior | Referência |
Centralidade da Pessoa Humana | Desenvolvimento e uso da IA em benefício da pessoa, seus direitos e valores democráticos. | A IAG deve ser projetada para empoderar alunos e educadores, não para substituí-los ou controlá-los, garantindo a autonomia e o bem-estar. | |
Não Discriminação e Correção de Vieses | Vedação à discriminação e obrigação de mitigar vieses (raciais, de gênero, idade, deficiência) nos sistemas de IA. | As ferramentas de IAG devem ser testadas rigorosamente para evitar a perpetuação ou criação de desigualdades no acesso ao conhecimento, avaliações ou oportunidades educacionais. | |
Transparência e Explicabilidade | Os sistemas de IA devem ser compreensíveis em seu funcionamento e decisões, permitindo que usuários entendam como os resultados são gerados. | Alunos e educadores devem ter o direito de saber quando interagem com IA e como as decisões (ex: recomendações de curso, avaliações) são tomadas, com explicações claras e acessíveis. | |
Proteção de Dados e Privacidade | Salvaguarda da privacidade e proteção de dados pessoais dos usuários. | A coleta, uso e armazenamento de dados de alunos e professores por sistemas de IAG devem seguir rigorosamente a LGPD e as normas do PL 2338/2023, com consentimento claro e medidas de segurança robustas. | |
Supervisão Humana Efetiva | Intervenção humana assegurada em decisões importantes tomadas por sistemas de IA. | Educadores devem manter o controle e a capacidade de intervir nas decisões da IAG, compreendendo suas limitações e garantindo que a tecnologia seja uma ferramenta de apoio, não um substituto para o julgamento pedagógico. | |
Integridade Acadêmica | Proteção e promoção da originalidade, honestidade e ética na produção acadêmica. | As instituições devem desenvolver políticas claras sobre o uso aceitável da IAG em trabalhos acadêmicos, educar sobre plágio e “regurgitação”, e adaptar métodos de avaliação para valorizar o pensamento crítico e a autoria genuína. | |
Acesso à Informação e Educação sobre IA | Promoção do conhecimento e conscientização sobre os sistemas de IA e suas aplicações. | É essencial que a comunidade acadêmica (alunos, professores, administradores) seja continuamente educada sobre as capacidades, limitações e implicações éticas da IAG, fomentando um letramento digital crítico. |
Recomendações e Próximos Passos
Para que a Inteligência Artificial Generativa possa verdadeiramente impulsionar o ensino superior brasileiro de forma ética e eficaz, é imperativo que se adotem abordagens estratégicas e coordenadas.
Desenvolvimento e Aplicação de Políticas Públicas Robustas
A aprovação do Projeto de Lei nº 2338/2023 pelo Senado, que classifica a IA na educação como de “alto risco” e impõe requisitos rigorosos de governança, transparência e responsabilidade, representa um marco significativo. A matéria segue agora para a análise da Câmara dos Deputados. Adicionalmente, o Conselho Nacional de Educação (CNE) está se debruçando sobre o assunto para preparar diretrizes de orientação para escolas e universidades. A transição do PL 2338/2023 para lei efetiva é crucial, mas a verdadeira implementação dependerá da capacidade dos órgãos reguladores de
fiscalizar e adaptar essas diretrizes à rápida evolução da IAG. Isso requer um diálogo contínuo e colaborativo entre legisladores, especialistas em tecnologia, educadores e a sociedade civil para garantir que a regulamentação seja ágil, eficaz e capaz de responder aos desafios emergentes sem sufocar a inovação.
Investimento em Infraestrutura e Acessibilidade
É fundamental superar a persistente falta de infraestrutura tecnológica adequada e democratizar o acesso às tecnologias, especialmente para populações vulneráveis. O governo pode implementar políticas públicas que incentivem investimentos em tecnologia, educação e inovação, visando alavancar o potencial do Brasil em IA. O investimento em infraestrutura não se resume a
hardware e conectividade; ele deve incluir o desenvolvimento de soluções de IAG de baixo custo e adaptáveis a contextos de baixa conectividade, como a “IA desplugada” proposta para regiões sem acesso à internet. Isso é essencial para garantir que a democratização do conhecimento não seja apenas um ideal, mas uma realidade para todos os brasileiros, independentemente de sua localização ou condição socioeconômica, e para que o acesso à IA não se torne um privilégio para poucos.
Programas Abrangentes de Capacitação Docente
A capacitação de professores é um pilar para a integração bem-sucedida da IAG. A CAPES já selecionará projetos sobre IA e educação por meio do Edital InovaEDUCAÇÃO , e o MEC, em parceria com a UnB, lançou um curso gratuito de IAG para professores. No entanto, a formação docente deve ir além do “como usar” e focar no “como ensinar a pensar com e sobre a IA”, cultivando a
curiosidade crítica e a adaptação pedagógica. Isso significa que os programas devem enfatizar não apenas as ferramentas, mas as metodologias de ensino que promovem o pensamento crítico, a criatividade e a autonomia intelectual, transformando o professor em um “curador de inteligências” – tanto humanas quanto artificiais. A pesquisa Abmes/Educa Insights reforça a necessidade de ensinar os alunos a pensar sobre IA e como utilizar essas ferramentas de maneira que não fiquem excessivamente dependentes.
Fomento à Pesquisa e Desenvolvimento de Soluções Nacionais
Incentivar a pesquisa e o desenvolvimento de IA em colaboração com instituições de ensino superior e o setor privado pode promover a inovação e expandir o conhecimento especializado no Brasil. A Sociedade Brasileira de Computação (SBC) poderia liderar o movimento de criação de guias de boas práticas para uso de IAG na educação superior, assim como algumas universidades internacionais já fazem. O investimento em P&D nacional de IAG para a educação não é apenas uma questão de soberania tecnológica, mas uma estratégia para desenvolver soluções que sejam
intrinsecamente alinhadas com os valores culturais, éticos e pedagógicos brasileiros. Isso minimiza o risco de importar vieses e desinformação presentes em modelos treinados em outros contextos, garantindo que a IAG seja uma força para o bem no cenário educacional brasileiro. O desenvolvimento de um aplicativo brasileiro de IAG em português é um exemplo promissor dessa capacidade.
Revisão Contínua de Currículos e Metodologias de Avaliação
A IAG exige uma adaptação das metodologias de ensino e avaliação. A revisão curricular deve ir além da inclusão de “disciplinas de IA” e focar na
integração transversal da IAG em todas as áreas do conhecimento. O objetivo é ensinar os alunos a utilizar a IA como uma ferramenta para aprimorar o pensamento crítico, a resolução de problemas e a criatividade em suas respectivas áreas. Isso prepara os estudantes não apenas para o mercado de trabalho, que cada vez mais exigirá habilidades em IA , mas para uma cidadania ativa e crítica em um mundo mediado por algoritmos. A Link School of Business, ao incentivar o uso do ChatGPT em vestibulares para avaliar a capacidade analítica e de construção de argumentos, demonstra um caminho para essa redefinição.
Reflita
A Inteligência Artificial Generativa representa uma ferramenta de transformação com potencial imenso para democratizar o acesso ao conhecimento e revolucionar o ensino superior brasileiro. No entanto, sua implementação eficaz e ética exige uma abordagem cuidadosa e multifacetada. O Brasil, com sua crescente produção científica em IA e iniciativas de fomento, está posicionado para ser um protagonista neste cenário.
Os desafios, como a infraestrutura tecnológica inadequada, a necessidade de letramento digital abrangente e a mitigação da fuga de talentos, são complexos, mas não intransponíveis. A “ilusão de competência” e a “regurgitação” de conteúdo pela IAG sublinham a urgência de redefinir metodologias de ensino e avaliação, focando no pensamento crítico e na capacidade de interagir inteligentemente com a tecnologia.
As oportunidades são igualmente vastas: a personalização do aprendizado, a democratização do acesso ao conhecimento por meio de soluções adaptadas e gratuitas, a capacitação docente para atuar como “arquitetos de experiências de aprendizagem aumentadas pela IA”, e o fomento ao P&D local para desenvolver soluções culturalmente relevantes. A regulamentação em curso, exemplificada pelo PL 2338/2023, que classifica a IA na educação como de “alto risco” e impõe rigorosas exigências éticas, é um passo fundamental para garantir que a inovação ocorra de forma responsável, protegendo a privacidade e mitigando vieses.
Em suma, a IAG não é uma bala de prata que resolverá todos os problemas educacionais, mas um catalisador que exige investimento humano e infraestrutural significativo. O caminho a seguir consiste em encontrar um equilíbrio entre a educação tradicional e o aprendizado apoiado por IA que aproveite os pontos fortes de ambos. O sucesso dependerá da capacidade do Brasil de transformar seus desafios em oportunidades, cultivando um ecossistema onde a IA seja uma força para a equidade, a qualidade e a inovação, garantindo que a tecnologia sirva à pessoa humana e ao desenvolvimento do país.
Tabela 3: Síntese dos Desafios e Oportunidades da IAG na Educação Superior Brasileira
Categoria | Desafios Principais | Oportunidades Principais |
Infraestrutura e Acesso | Infraestrutura tecnológica inadequada; exclusão digital para populações vulneráveis; dependência de conectividade. | Democratização do acesso ao conhecimento; flexibilidade de aprendizado; acesso a informações atualizadas e diversificadas. |
Letramento e Capacitação | Baixo letramento digital; “ilusão de competência” e reprodução de conteúdo sem aprendizado real; necessidade de soft skills. | Capacitação docente para novas metodologias; empoderamento do professor como “arquiteto de experiências”; desenvolvimento de habilidades de ordem superior. |
Talento e Inovação | Fuga de talentos (“brain drain”); dependência de soluções estrangeiras. | Potencial de protagonismo nacional; desenvolvimento de soluções localizadas e culturalmente relevantes; fomento à economia criativa. |
Pedagogia e Avaliação | Adaptação de metodologias de ensino e avaliação; risco de plágio e “regurgitação”; fragilização da interação humana. | Personalização e eficiência da aprendizagem; elaboração de exercícios adaptados; foco em pensamento crítico e construção de argumentos; inovação pedagógica. |
Ética e Regulação | Plágio e integridade acadêmica; privacidade de dados; viés algorítmico e discriminação; dependência excessiva e fragilização da relação humana. | Regulamentação proativa (PL 2338/2023); desenvolvimento de guias de boas práticas; mitigação de vieses; garantia de supervisão humana e explicabilidade. |
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Perguntas Adicionais para Futuras Pesquisas
- Quais são os modelos pedagógicos mais eficazes para integrar a IAG no ensino superior de forma a promover o pensamento crítico e a criatividade, em vez de apenas a reprodução de conteúdo?
- Como as instituições de ensino superior brasileiras podem desenvolver e implementar ferramentas de detecção de plágio e “regurgitação” de IAG que sejam eficazes e éticas, sem penalizar indevidamente os estudantes?
- Quais estratégias de políticas públicas e incentivos fiscais podem ser mais eficazes para reter e atrair talentos em IA no Brasil, mitigando a “fuga de cérebros” e fortalecendo o desenvolvimento de soluções locais?
- De que forma a IAG pode ser utilizada para apoiar a educação inclusiva no ensino superior brasileiro, adaptando-se às necessidades de estudantes com deficiência ou em condições de vulnerabilidade socioeconômica, especialmente em regiões com baixa infraestrutura?
- Quais os impactos de longo prazo da dependência de IAG na saúde mental e nas habilidades socioemocionais dos estudantes, e como as instituições podem desenvolver programas de apoio para mitigar esses efeitos?
Referências
- ABMES. O desafio da IA na educação. Disponível em: https://abmes.org.br/blog/detalhe/18834/o-desafio-da-ia-na-educacao
- Agência Brasil. Sete a cada dez estudantes usam IA na rotina de estudos. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2024-08/sete-cada-dez-estudantes-usam-ia-na-rotina-de-estudos
- APDADOS. Faculdades e Universidades Adotam ChatGPT: Inovação ou Desafio para a Educação?. Disponível em: https://apdados.org/noticia/faculdades-e-universidades-adotam-chatgpt-inovacao-ou-desafio-para-a-educacao-12-03-2025
- Blogs World Bank. Inteligência Artificial (IA): privilégio para poucos, oportunidade para todos?. Disponível em: https://blogs.worldbank.org/pt/latinamerica/inteligencia-artificial-ia-privilegio-para-pocos-oportunidad-para-todos
- Celepar. Brasil começa a dar primeiros passos rumo à integração da IA na Educação. Disponível em:(https://www.celepar.pr.gov.br/Noticia/Brasil-comeca-dar-primeiros-passos-rumo-integracao-da-IA-na-Educacao)
- Correio Braziliense. MEC e UnB lançam curso gratuito de Inteligência Artificial para professores. Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/euestudante/educacao-profissional/2025/06/7181306-mec-e-unb-lancam-curso-gratuito-de-inteligencia-artificial-para-professores.html
- Direito USP. Relatório traz procedimentos de governança para uso de inteligência artificial para fins acadêmicos e educacionais. Disponível em: https://direito.usp.br/noticia/6832b14ea608-relatorio-traz-procedimentos-de-governanca-para-uso-de-inteligencia-artificial-para-fins-academicos-e-educacionais
- FGV Portal. Especialistas debatem impacto avanço IA Generativa ensino superior. Disponível em: https://portal.fgv.br/noticias/especialistas-debatem-impacto-avanco-ia-generativa-ensino-superior
- Focus Brasil. Estudo revela aumento do uso de IA no ensino superior. Disponível em: https://fpabramo.org.br/focusbrasil/2024/08/20/estudo-revela-aumento-do-uso-de-ia-no-ensino-superior/
- Gizmodo UOL. Universidades brasileiras discutem regras de uso de inteligência artificial. Disponível em: https://gizmodo.uol.com.br/universidades-brasileiras-discutem-regras-de-uso-de-inteligencia-artificial/
- GOV.BR CAPES. Brasil produz 6,3 mil estudos sobre inteligência artificial. Disponível em: https://www.gov.br/capes/pt-br/assuntos/noticias/brasil-produz-6-3-mil-estudos-sobre-inteligencia-artificial
- GOV.BR CAPES. CAPES selecionará até 30 projetos sobre IA e educação. Disponível em: https://www.gov.br/capes/pt-br/assuntos/noticias/capes-selecionara-ate-30-projetos-sobre-ia-e-educacao
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- UFMG. Inteligência Artificial e educação superior: desenvolvimentos, desvios e desafios. Disponível em: https://ufmg.br/comunicacao/noticias/inteligencia-artificial-e-educacao-superior-desenvolvimentos-desvios-e-desafios
- UnB Notícias. Volta às aulas com IA: como a inteligência artificial está transformando a educação superior. Disponível em: https://noticias.unb.br/artigos-main/7910-volta-as-aulas-com-ia-como-a-inteligencia-artificial-esta-transformando-a-educacao-superior
- Novo Foco. IA Brasil: desafios infraestrutura formação. Disponível em: https://agencianovofoco.com.br/ia-brasil-desafios-infraestrutura-formacao/

Graduado em Ciências Atuariais pela Universidade Federal Fluminense (UFF); Mestrando em Computação; Professor de IA e linguagem de programação; Autor de livros , artigos e apps; Idealizador dos portaisl ia.bio.br, iappz.com e ai.tec.re; Um jovem apaixonado pela vida, pelas amizades, pelas viagens, pelos sorrisos, pela praia, pelas baladas, pela natureza, pelo jazz e pela tecnologia.